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 Entrevista com Paladine - Primeira Parte

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papa

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MensagemAssunto: Entrevista com Paladine - Primeira Parte   Entrevista com Paladine - Primeira Parte Icon_minitimeSeg Fev 18, 2008 9:11 am

Eu sei, era pra mim ter postado ontem a noite, mas acreditem, o máximo que consegui fazer foi ligar o micro. Mas, agora taí, gostem ou odeiem esse rapaz, pelo menos uma coisa eu garanto lendo isso: uma ótima leitura.

Papa: Bom, vamos começar quem é o Paladine o que você gosta de fazer para se divertir?

Paladine Paladine, vulgo Rafael Sampaio, é jornalista e trabalha na Petrobrás, mas em cargo de 2º grau. Pensando bem, odeio quem se refere a si na terceira pessoa (risos). Além disso, eu estou para iniciar um mestrado em jornalismo. Digamos que 2008 tem tudo para ser ano bem puxado e infelizmente com poucas minis! Sad
Além das miniaturas, eu gosto muito de cinema, literatura, quadrinhos e principalmente RPG. Eu sou bem o estilo de nerd mesmo e com orgulho. Gosto muito das minhas coisas, gosto muito de ter pessoas para dividi-las comigo e realmente não gostaria de ser outra coisa.


Papa: É incrivel como todo mundo nesse meio é meio semelhante. Lemos o Homem-Aranha numero 1 e o Incrivel Hulk numero 1 sem falar que todos devemos ter O Cavaleiro das Trevas na prateleira, e provavelmente o jogo de RPG favorito é D&D. E nesse caso acho que a sua classe preferida em rpg seria por acaso,...paladino? ou o nick tem mais a ver com a literatura de Weis e Hickmann?

Paladine Sim, eu concordo. Somos de um nicho muito parecido. As miniaturas sempre me agradaram justamente por, no geral, ter um público mais velho. Não animaria jogar Pokemon ou Magic entre a garotada, mas o próprio preço das minis acaba selecionando o público delas. São nerds, que não largaram a mão mesmo depois de casar, ter filhos, etc e acho isso muito legal.

E a resposta é sim. O Paladino (paladin em inglês) é a minha classe favorita. Na verdade, sempre gostei mais de heróis “bonzinhos” por assim dizer. Sempre odiei os “anti-heróis” ao estilo Wolverine e Spawn. Não é a tôa que o Super-Homem é meu personagem favorito (um verdadeiro paladino). Acho que é muito fácil você matar todos que passam na frente. Difícil é realmente conseguir ser bom num mundo desigual como o nosso. É muito mais complicado não matar, não trapacear. Quem acha que jogar com paladino é fácil ou simples, realmente não a conhece. É uma das classes mais interessantes de D&D.

Agora, o nick “Paladine” realmente veio de Dragonlance. É o nome deus da justiça e bondade. As crônicas e lendas (Legends) de Dragonlance estão entre os livros mais humanos que li em minha vida e me marcaram muito. Realmente são livros que aconselho a todos. Virei um grande fã do cenário e sempre mestro nele. Tenho todos livros lançados para D&D 3.5 e estou realmente chateado por não saber se o cenário vai continuar no D&D 4.0.


Papa: Quando começou a jogar minis?

Paladine Na verdade, desde o lançamento de DDM que eu tinha vontade de jogar, mas achava muito caro. Quando comecei a trabalhar na Petrobrás, a grana começou a sobrar e o tempo para o RPG estava pequeno, então pareceu uma boa hora para comprar as miniaturas. Mesmo se o jogo não fosse bom, ao menos serviria para o D&D, que é meu RPG favorito. Era para ser um hobby de distração, mas acabou se tornando aquele hobby, que dedicamos mais tempo que gostaríamos. Fiquei simplesmente apaixonado pelo skirmisher e notei com o tempo que eu não era tão ruim no mesmo. Para responder a pergunta, eu comecei no final de 2005, mas sempre comprei miniaturas baseados no jogo e nunca na coleção para RPG. Devo ter em torno de 300 miniaturas, o que é pouco comparado com quem realmente coleciona.

Papa: De fato 300 miniaturas é pouco comparado com quem coleciona, eu nem sei tudo o que tenho, comecei a colecionar faz pouco mais de dois anos e as vezes acho miniaturas espalhadas no recantos mais estranhos da casa. Mas com poucas miniaturas você tem que ser mais preciso na hora de montar seu warband. Você seleciona e compra as miniaturas de jogo ou pega emprestado?

Paladine O que aconteceu foi o seguinte. Inicialmente, compramos miniaturas eu e dois amigos de meu grupo de RPG. Todos nos apaixonamos pelo jogo e decidimos continuar comprando, mas sendo o único que trabalhava também fui o único a continuar comprando. Em determinado momento eu montava exércitos para TODOS participantes dos campeonatos de BH, então eu precisava comprar muitas miniaturas para ter opções. Com o tempo o pessoal foi parando e eu fui manerando nas compras.

Mas a verdade é que sempre tive todas (ou quase todas) miniaturas que efetivamente jogavam bem. Quando elas deixavam de ser boas, eu as vendia para ganhar mais algum dinheiro de caixa. Assim, consegui manter o hobby sem gastar (absurdamente) muita grana. E quando não tenho a miniatura que preciso, felizmente os meus bons companheiros jogadores de Belo Horizonte me emprestaram o que precisei. Assim, como sempre emprestei miniaturas na boa. Nunca quis ganhar, porque tinha mais a acesso a miniaturas. Isso sempre foi um dos grandes motivos de eu odiar Magic (já que não tinha grana pra comprar bons decks).


Papa: Você treina para torneios?

Paladine Depende. Todo campeonato que eu acho grande e que eu realmente quero vencer, eu treino e muito. Para o primeiro brasileiro (2006), eu fiz em torno de 4 meses de treinamento intensivo, enquanto para o segundo brasileiro (2007), eu treinei em torno de um mês, mas foi ultraintensivo. Entrava toda hora no vassal (plataforma para jogar miniaturas online) e ficava o dia todo pensando nas estratégias.
Em campeonatos menores em Belo Horizonte (minha cidade), é bem mais raro eu treinar ou me preparar. Uma curiosidade divertida é que já joguei uns 7 ou 8 campeonatos em BH. Efetivamente só ganhei o primeiro e fui vice nuns 5. Sou mais sortudo fora de casa! (risos)


Papa: Confesso que ao jogar com o Lak Keller eu tive uma grande surpresa quando ele me falou que também treinava para campeonatos. Com meus amigos nós nunca fizemos isso, embora tenhamos religiosamente jogos nas terças feiras, é muito mais brincadeira do que outra coisa. Isso me deixou curioso em relação a uma coisa. Como funciona o treinamento? Você monta um warband escolhe um mais forte e testa contra ele?

Paladine Digamos que as miniaturas no começo me permitiam exercer todo o meu lado competitivo e eu gostava de chegar bem preparado a alguns campeonatos, mas hoje estou preferindo ir mais tranqüilo. Na prática, você perde bem mais, mas também se estressa bem menos e não quero um hobby pra me estressar.

Existem “N” maneiras de treinar. Depende quão sério você pretende treinar. O melhor jeito é ter um parceiro de treinamento, aí vocês jogam várias partidas com vários exércitos diferentes. Você testa aquele que acha mais forte contra várias variações fortes dentro do atual metagame. É bom também você jogar com os bandos variantes contra seu time principal para você conhecer melhor suas fraquezas. É um método que infelizmente usei pouco por falta de um parceiro disposto.

Treinando sozinho existem várias maneiras “bitoladas” de fazer isso. Tipo pegar seu mapa e ficar treinando movimentos diversos. Ver aonde você consegue acertar na primeira movimentação, até onde suas linhas alcançam, onde seu comandante pode ficar para beneficiar a todos, etc, etc. Já ouvi falar inclusive de pessoas que jogavam com dois exércitos ao mesmo tempo e ia analisando as estratégias de cada um.


Particularmente nunca cheguei a tal nível. Meu treinamento sempre se resumiu a três coisas:
1) analisar friamente as estatísticas (ou stats em inglês) das miniaturas e as sinergias entre elas e analisar tal bando contra outros bandos conhecidos por serem fortes. É tudo um treinamento mental, mas a verdade é que quanto mais tempo você gasta fazendo isso, melhor conhece as miniaturas e melhor estará preparado para jogar. Olhar sites especializados também ajuda. Os fóruns americanos em especial são muito bons nisso. Geralmente pego dali os times fortes e testo inúmeras variações até alcançar a que mais me agrada. Não tenho vergonha de admitir que sou adepto da “fórmula de bolo”.

2) leia TODOS relatos de batalhas possíveis. A grande maioria é meio fraco, mas você sempre acha alguns bons. São experiências que vão te ajudar. Você vai ver erros e acertos em várias partidas que vão te acrescentar na hora de seus jogos. É como os generais que se preparavam lendo livros de estratégia (risos).

3) jogue, jogue e depois jogue um pouco mais. Nessa hora, o vassal é muito importante, pois praticamente qualquer hora do dia você pode jogar e contra uma gama muito variada de oponentes. Realmente jogando inúmeras vezes com o mesmo time você tenderá a descobrir todos seus pontos fortes e fracos.

Digamos que esse é o meu treinamento. O resto é durante a partida. Comento mais abaixo meus “segredos” durante os jogos.


Papa: Você é o Bi-campeão nacional de miniaturas, como você se sente a respeito.

Paladine É meio bizarro para falar a verdade. Bizarro, porque eu ganhei duas vezes o maior campeonato do país e ainda assim estou longe de ser o melhor jogador. Então, eu sou uma espécie de usurpador, mas também tive meus méritos. Particularmente, fico muito envergonhado, quando se referem a mim como “bi-campeão brasileiro”, porque na prática sou um jogador como qualquer outro. Nunca acho que entro num torneio com maiores ou menores chances que qualquer jogador.

Papa: Bom, você não é o único a ostentar o título, seu clã os Silver Lords também o ostentam. Existiu uma grande reclamação pelo fato de muitos dos Silver Lords, você incluso, terem ido muito mal no primeiro dia da competição e a mudança nas regras terem beneficiado a você e seu clã. O que acha disso?

Paladine Para quem não sabe, houve um problema no segundo brasileiro. Originalmente, seriam 6 rodadas no primeiro dia e um top 16 no segundo dia. Devido a diversos atrasos de infra-estrutura, só aconteceram 5 rodadas no primeiro dia. Houve uma votação e decidiu-se por fazer um top 32 no segundo dia.

Essa foi a situação. Na hora, eu votei também pelo top 32, mas não porque iria me ajudar, pois naquele momento eu já estava entre os 16 melhores, mas porque achei que seria o menos injusto com todos. Muita gente que estava entre os 16 acabou saindo justamente nesse top 32 e por isso gerou tanta revolta, mas eu particularmente acredito que quem quer ser campeão, tem de estar preparado para vencer qualquer um. Então, digo que não foi justo, mas algumas outras opções poderiam ter sido mais injustas (como fazer apenas 5 rodadas e o top 16).

E com certeza ajudou bastante os Silver Lords, mas na prática todos que chegaram ao top 8, já estavam entre os 16 primeiros, ou seja, o nosso rendimento geral como clã acabou sendo bem melhor que seria, pois classificamos praticamente todos membros entre os top 16, mas praticamente só foram para o top 8 aqueles que já estavam entre os 16 melhores no primeiro dia. Finalmente, nenhum Silver Lord estava na organização do torneio, então fomos beneficiados, mas estamos com a consciência limpa sabendo que foi apenas um acaso. Além disso, eu não acho que isso muda o fato de sermos realmente os melhores (risos).



Papa: Qual o bando de guerra (warband) que jogou no nacional? Você teve um motivo ou estratégia para escolhê-lo?

Paladine Eu usei um bando que considero muito forte, inclusive hoje (duas coleções a frente da época). Ele consiste essencialmente em Storm Silverhand , 2 Virtuous Charger, 1 Cormyrean War Wizard e buchas diversas buscando 10 ativações (o normal na época era o limite de 8 ativações). O bando todo depende da Storm, que deixa a todos fearless (ainda existia regra de moral). A Virtuous é uma peça de grande mobilidade, que me permitia atacar peças a grande distância e ainda causar um bom dano. O War Wizard era a garantia de dano contra peças de AC alta. Além disso, junto com o silver fire da storm e os lightning bolts do mago, são 3 linhas poderosas (e as linhas do war wizard ainda curam a Storm!). Na prática, a Storm poderia dar de 1 a 2 curas, os magos poderiam cura-la e até as virtuous podem curar um pouco, então é um bando muito complicado de derrubar e ainda fearless.
Na época, o LBD (Large Black Dragon) era, na minha opinião, a peça mais forte do DDM. Três ataques por round, F10 e line 12 e ainda davam + 2 para moral. Era um time extremamente forte e até óbvio. Bastava colocar vários dragões para o time ficar forte. O resto eles faziam sozinhos. Escolhi jogar com a Storm por dois motivos. Primeiro, era um time muito mais estratégico e interessante de se jogar e depois era um time, que apesar de não ser tão destruidor, era mais estável. Os dragões eram infinitamente fortes, mas eles ainda corriam na moral. Num time de Storm, é algo que você não se preocupa.
O meu time em específico é feito para matar LBDs. Havia uma variação que usava 1 virtuous charger e um valenar nomad charger, que era inclusive mais forte no geral por te oferecer ainda mais mobilidade, mas era uma versão mais fraca contra LBDs, e eu fiz minha escolha e sei que foi a certa, pois enfrentei 4 times de LBDs ao longo do campeonato. O meu time era então uma variação um pouco mais agressiva dos times normais de Storm e isso também me agradava.


Papa: Seu bando de guerra de fato é muito forte versus dragões, e acredito que você se preparou para enfrentá-los, no entanto lembro de ter observado sua primeira partida versus um warband formado por Solar e Shield Guardian, para o qual você foi derrotado. Você teve medo de não conseguir ir adiante nesse momento do torneio?

Paladine É engraçado que eu já declarava algumas semanas antes do campeonato que só estava indo para passar a faixa e como venci de novo, muita gente me “acusou” de usar essa “tática” para vencer, mas era a mais pura verdade. Eu não me sentia bem preparado e sabia que havia outros melhores. Quando perdi a primeira partida, eu me desesperei, porque vi que realmente ia mandar super mal e eu queria ao menos ir bem. Tive inclusive sorte por enfrentar uns 2 novatos em seguida, o que facilitou bem as coisas, mas por outro lado foi complicado, porque eu só tinha vencido adversários “fracos” no geral e no modo suíço isso conta muito. Se não me engano, ao final da quinta rodada eu era o 15º colocado, ou seja, iria passar raspando. Acabaram passando os 32 e foi tranqüilo. Como não tinha pretensão de ser campeão, isso me deixava muito tranqüilo para enfrentar os outros adversários.


Papa: Ser Bi-campeão nacional subiu a sua cabeça?

Paladine Acredito que são os outros que devam responder a isso, mas prefiro acreditar que não. Na verdade, aconteceu algo muito estranho. Eu não imaginava ser bi-campeão e quando ganhei me senti um pouco estranho. Senti que havia tantos jogadores melhores, que era injusto eu vencer. Fiquei até uns 3 a 4 meses sem jogar até meio que desencanar dessa sensação. Como falei, o fato de ter ganhado dois campeonatos expressivos não me torna favorito para nenhum outro. Na verdade, quem jogou contra mim recentemente sabe que estou longe de minha boa forma de antigamente (risos).

A primeira parte da entrevista ta ai, acho que ela é tão longa que vai ser dividida em três, bom eu se fosse você não perderia a próxima parte, vamos ver o que ele tem a dizer sobre "ser o número 1" do ranking DCI.
Até semana que vem! Wink
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MensagemAssunto: Re: Entrevista com Paladine - Primeira Parte   Entrevista com Paladine - Primeira Parte Icon_minitimeSeg Fev 18, 2008 10:40 am

otima entrevista, muito boa mesmo!
parabens papa, pelas perguntas, e parabens paladine, pelo bom gosto na literatura Laughing

muito legal conhecer um pouco mais sobre nosso colega de forum, da pra ver q é uma pessoa com boa cabeça
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Valandil

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MensagemAssunto: Re: Entrevista com Paladine - Primeira Parte   Entrevista com Paladine - Primeira Parte Icon_minitimeSeg Fev 18, 2008 10:45 am

Bacana a entrevista, eu fui o segundo jogador a degladiar com o paladine e perdi...porém antes tinha pedido a ele para me dar dicas quanto aos erros (era meu segundo torneio) e após o jogo e se não me engano durante o jopgo rolou dicas que veio a me ajudar nas outras partidas.
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MensagemAssunto: Re: Entrevista com Paladine - Primeira Parte   Entrevista com Paladine - Primeira Parte Icon_minitime

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