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 Entrevista com Guy - Primeira Parte - Traduzida

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papa

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MensagemAssunto: Entrevista com Guy - Primeira Parte - Traduzida   Entrevista com Guy - Primeira Parte - Traduzida Icon_minitimeQui Jan 24, 2008 1:35 pm

Entrevista Traduzida

Papa: Já que você concordou com a entrevista, vamos lá.
Eu irei fazer algumas perguntas, você pode optar por responde-las ou não.
Assim que eu tiver suas respostas, provavelmente as questionarei. E com isso provavelmente iremos concluí-las em 2 turnos, ok?

Guy Fullerton: Por mim tudo bem.

Papa: Da mesma forma, se você achar que uma das questões que eu fiz não é você que deve responder e sim outra pessoa, simplesmente a ignore ou me avise. E finalmente meu ingles é muito ruim, então se você não entender alguma pergunta me desculpe.
Obrigado,
Papa,

Guy Fullerton: Eu tenho uma requisição a fazer. Se você for traduzir minhas respostas você deve manter também as mesmas de forma original em ingles, ok?

Papa: Sem problemas. Meu ingles deve ser péssimo, para você ter ficado com medo de uma má tradução.

Guy Fullerton: Oh não. Não estou preocupado com isso. Mas eu gostaria de passar o site para amigos que tenho nos EUA e no Canadá e mostrar a entrevista deste site para eles.

Papa: Ok. Vamos lá. Desde quando ocorreu seu envolvimento com jogos de estratégia?

Guy Fullerton: Eu jogo RPG e jogos de estratégia desde 1981, comecei com a caixa básica de D&D quando eu tinha 10 anos de idade. Durante o colegial e a faculdade eu joguei uma enorme variedade de jogos de RPG e computador. Quando adulto eu joguei; Chainmail, Star Wars Minis, e a terceira edição de D&D. Atualmente eu tenho tempo apenas para um jogo: D&D Minis. Mas claro, ocasionalmente acho tempo para jogos casuais como: Carcassonne e Puerto Rico.

Papa: Como foi trabalhar na Wizards e desde quando você saiu dela? Aqui dizem que você parou de trabalhar para a Wizards, se não for verdade ignore essa parte da pergunta.

Guy Fullerton: Trabalhar com as pessoas da Wizards of the Coast foi (e ainda é) uma grande experiência. Eles são muito amigáveis, espertos e cooperativos, e eles se importam muito com os jogos que desenvolvem. São jogadores, exatamente iguais a nós.

Para ficar claro, eu não “trabalhava” na Wizards. Meu trabalho de Net Rep não era um trabalho real. Meu emprego verdadeiro é: engenheiro de Software da Apple Inc. Os trabalhos de analises de regras como Net Rep de D&D Minis e Star Wars Minis são pequenos bicos (ou job) que faço. E eu não sou remunerado pelos trabalhos de Net Rep que faço. Tenho mais detalhes de como funciona meu trabalho de Net Rep na minha pagina pessoal na Gleemax no blog: "Quem é esse Guy (ou quem é esse Cara*)?":
http://www.gleemax.com/Comms/Pages/Communities/DisplayProfile.aspx?userid=11104&blogid=2626

* explicação rápida: o nome Guy também é usado como gíria para a palavra “cara” que tem o mesmo sentido em português. Por isso a brincadeira com o nome do blog. Quem é esse cara? Quem é esse Guy?

É verdade que eu não sou mais o Net Rep, de D&D Minis, mas eu ainda continuo envolvido com D&D Minis em muitas maneiras oficiais e não-oficiais. Por exemplo eu ainda ajudo a escrever os artigos de clarificações dos recentes Sets de D&D Minis, e ainda escrevo outros artigos para a WotC e para o web site de D&D Minis. Eu também sou o atual Coordenador de uma sessão de juízes de D&D Minis, no seguinte web site: judge.wizards.com. (Eu escrevo praticamente todas as regras revistas, por exemplo.)

Eu tive que parar de ser o Net Rep de D&D porque o trabalho exigia demais. Ou talvez eu deveria dizer que – com uma família futura crescendo – meu tempo livre se tornou tão restrito que ser Net Rep no tempo livre se tornou um fardo ao invés de diversão. O papel de ser a pessoa responsável por respostas oficiais a questionamentos sobre o jogo de D&D Minis, os foruns, escrever o documento de FAQ/Errata/Clarificação, e manter um cronograma de ações das necessidades da WotC R&D, é “muito, mas muito” trabalho, especialmente logo que um novo set de peças ou um novo mapa é lançado; as pessoas fazem entre 20-30 questões por dia nos fóruns, e existem vezes que elas argumentam muito, demais mesmo. Infelizmente algumas pessoas usam de baixo calão em suas argumentações e isso torna o trabalho menos divertido também.

Papa: Quando você se transformou no “Guru das Miniaturas”**?
** tinha certeza que ele era conhecido assim lá também, hehehe.

Guy Fullerton: Não entendi a pergunta, desculpe.

Papa: heheheh. Desculpe. Vou reformular ela. Quando você se tornou um especialista nas regras de D20 minis e como isso aconteceu?

Guy Fullerton: Essa é uma história longa:

Eu me juntei ao forum da WotC em 2001, naquela época o assunto para mim ainda era Chainmail e eu estava muito envolvido com o jogo. Eu era um membro muito ativo do forum de Chainmail, respondia questões sobre regras (não oficialmente, é claro), discutia bandos de guerra, estratégia e assim por diante. Aconteceu, que um dia alguém fez uma pergunta que era impossivel de responder, por causa das contradições do jogo. Para resolver aquilo eu comecei a enviar e-mails para ao serviço de atendimento da WotC (que agora foi substituido por um sistema de respostas automáticos) em esperança de que eles pudessem ajudar a resolver o problema. O serviço de atendimento então me colocou em contato com o designer Jonathan Tweet em ordem de me ajudar a resolver a questão e fazer as clarificações necessárias no manual de regras de Chainmail. Durante esse mesmo período, eu também estava em conversação com o designer Rob Heinsoo e o desenvolvedor de jogos Mike Donais, todos membros da WotC, que também trabalhavam com Chainmail. Eventualmente, Chainmail acabou sendo cancelado, mas meu envolvimento com os designer e desenvolvedores da WotC os mostrou que eu era de fato muito bom em responder e discutir assuntos realacionados a questão e respostas de regras.

Então em 2003 D&D Minis foi lançado, e eu novamente continuei bem ativo nos fóruns, e continuei respondendo várias perguntas de forma não-oficial. Naquele mesmo ano, a WotC decidiu ter um site official com respostas sobre as questões de D&D Minis e precisavam de um Net Rep, então eles me pediram se eu queria ser esta pessoa e eu feliz da vida aceitei o trabalho. Minhas responsabilidades incluíam responder as dúvidas e questionamentos sobre as regras e escrever a FAQ & Errata. Desde aquela época eu venho oficialmente respondendo questões nos fóruns que já passaram de 10,000 dúvidas.

Sempre que eu respondia uma questão – especialmente uma controversa – as pessoas escrutinizavam minha resposta, pediam esclarecimentos sobre ela, e desafiavam a regra. Sempre que eu escrevia um FAQ Q&A, as pessoas apontantavam detalhes que eu me passava. Algumas pessoa na realidade adoravam achar erros e me mostrar meus enganos! Com isso eu aprendi rapidamente que eu precisava ser muito preciso, na verdade, ser muito claro. Eu presisava considerar todas as opções. Eu aprendi que mesmo uma combinação rídicula de eventos poderia se transformer real nos jogos e ser uma grande dúvida. Eu “tinha” eu precisava ser eficiente no conhecimentos dos prés e pós das regras, caso contrário eu não conseguiria fazer meu trabalho de forma eficiente. E eu precisava ser eficiente pois eu respodia as perguntas em meu tempo livre, durante um minutou ou dois em meu trabalho real. Responder a essas milhares e milhares de questões me ajudou a entender muito mesmo o jogo de D&D Minis e o manual.

Então se você quiser ser um especialista em regras, eu dou uma sugestão, comece respondendo a algumas milhares de perguntas primiero, lol

Papa: – Mais de uma vez suas respostas sobre as regras foram contestadas, ainda assim quando so jogadores precisavam de uma resposta oficial eles se dirigiram a você. Como você viu isso?

Guy Fullerton: Bem, quando eu era o Net Rep, minhas respostas eram oficiais. Ou seja o que eu dizia era a lei, as pessoas contestando-as ou não. Contudo uma resposta oficial pode (e deve) ser mudada, se o feedback resultar em uma resposta diferente.

Mesmo eu não sendo mais o Net Rep, algumas pessoas ainda pedem para mim minha opinião sobre questões e regras, pois eu tenho de fato, um bom conhecimento técnico das regras. De tempos em tempos eu ainda ofereço respostas para questões nos fóruns. Só que agora elas não são mais oficiais.

Papa: Eu acredito que um dos grandes desafios em termos de regras atualmente foram as regras de montaria e cavaleiro “mount and rider”. Eu acompanhei em vários fóruns, tanto no Brasil como exterior a grande confusão que estas regras causaram. E desta vez mesmo as respostas do Guy não eram oficiais. Você acredita que a Wizards se precipitou em fazer regras tão simples, para um jogo que é claramente muito complexo, visto o grande número de peças e habilidades em jogo?

Guy Fullerton: Vou responder de duas formas diferentes:

1) Não tenho provas disso, mas acredito que é muito dificil para WotC colocar muito esforço no jogo de D&D Minis. A grande maioria das pessoas compra as miniaturas para rpg, não para skirmish, e o rpg é de fato o foco principal dos membros da equipe de D&D na WotC. Como resultado eu não creio que os desenvolvedores e designers da WotC dão o tempo e o esforço necessário que gostariam para o jogo de D&D Minis. E já que D&D Minis também não é um carro forte em termos de vendas (principalmente se comparado com Magic e outros jogos), não tem sentido para a WotC investir de fato tanto esforço no jogo skirmish; Afinal eles irão vender da mesma forma milhares de miniaturas independente de quão frustrados fiquem os jogadores de skirmish em relação a suas regras.

Do outro lado dessa situação, se encontram milhares de jogadores ativos que devoram as regras de skirmish todos os dias e que possuem DE FATO muito mais conhecimento sobre o jogo do que qualquer membro da equipe da WotC um dia conseguirá.

Por isso a comunidade de skirmish sempre sera melhor em encontrar problemas nas regras (e claro a entender melhor o metagame da mesma forma), do que um pequeno time de desenvolvedores da wizards, que de fato apenas criam um produto. Mas a verdade é que a WotC poderia gastar 10x mais esforço trabalhando nas regras que a comunidade ainda assim iria encontrar problemas que a WotC não notaria.

Não me entenda mal; Eu não estou colocando desculpas para a WotC sobre a qualidade original das regras de montaria. Mesmo um pequeno teste entre jogadores (por pessoas que não escreveram as regras), iria revelar problemas óbvios. Da mesma forma a falta de consistência entre as regras do booster e do manual de regras foi muito assustadora. As regras de montaria deveriam ter sido melhor elaboradas, e a errata final não deveria ter demorado tanto tempo para ser elaborada e publicada. (mas evidente devemos entender que nesse momento a 4 edição de D&D é a maior prioridade da wizards, com isso eu entendo que eles não devem ter tido tempo de lidar com o assunto da forma devida.)

2) Eu acredito também que mesmo para um jogo colecionavel e tão complexo possam existir regras bem mais simples. Dreamblade é um grande exemplo disso. As regras de Dreamblade são extremamente mais simples e curtas, e nem por isso oferecem menos estratégia do que D&D minis, eu diria que oferece até mais, em minha opinião. Com isso eu acredito que as regras de montaria “deveriam” ter sido bem mais simples, e ainda sim seriam interessantes. Eu espero que a vinda das regras novas agora em 2008 tornem o jogo D&D minis bem mais simples, e tenho certeza que se produzirá um grande jogo.

Papa: O jogo possui mais de Dez coleções, e com centenas de peças, ainda assim apenas uma pequena parte delas realmente entram em jogo. Você acredita que isso é intencional?

Guy Fullerton: Existe um grande número de peças jogaveis, mais do que você pensa. Apenas porque as pessoas estão falando nos forums sobre um pequeno número de miniatures não significa que outras minis não sejam jogáveis. A maioria das pessoas (eu inclusive) nem sempre jogam com bandos “tier-1”. Eu jogo com bandos “casuais” muito frequentemente, tanto quanto outros jogadores. E não esqueça que centenas das peças consideradas ruins sempre jogam em formatos selados, também.

Mas se você estiver falando sobre bandos de alto nivel, bandos competitivos, de fato nem todas as minis são boas para isso, e isso é correto. Se tornar um bom jogador também requer que ele saiba escolher e identificar as melhores peças e as mais competitivas. E com isso é normal que grande parte dos jogadores acabarão por gravitar (e falar) apenas sobre as minis e os wbs mais fortes.

Mas também existe uma alta evidencia de que mesmo a comunidade, simplesmente deixe de reconhecer algumas minis "tier-1". Um grande exemplo é o warband de Scott Evans em 2007 na Gen Con, ele incluia um Warpriest de Vandria e quatro Xen'drik Champions. Ele terminou a competição entre os top 8, diante dos olhos de uma comunidade que não reconhecia o Warpriest of Vandria e Xen'drik Champions como "tier-1." Outro exemplo aconteceu em 2004 quando Brian Mackey descobriu o combo Frenzied Berserker + Inspiring Marshal. Até aquele dia, em que reinavam a coleção de Aberrations, não se acreditava que a Frenzied Berserker fosse uma mini "tier-1". Por isso acredito que ainda exista uma grande variedade de minis esperando para serem descobertas.

Papa: Bom, eu concordo completamente com isso. Sou um dos que adora jogar com warbands diferentes e muitas vezes sou chamado de louco por isso por meus amigos. Mas me orgulho de dois feitos, o primeiro lugar no campeonato Sul Brasileiro e o 13 lugar no campeonato nacional, com um warband que possuía 3 tiefling warlocks, que eram na verdade a real ameaça do meu warband, mesmo tendo um LblackD e WWL. Mas verdade seja dita; eu levo uma surra a grande maioria das vezes.
Mas em termos de jogo não podemos esquecer um elemento adicional e de grande importância. Mapas. Thieve´s quarter e dragondown grotto, são grandes exemplos da importancia dos mapas em jogo. Podemos dizer que um mapa pode transformer um warband considerado ruim em um tier-1 warband?

Guy Fullerton: Acredito justamente no oposto: Os mapas não transformam tier 2 warbands em tier-1 warband. Os mapas transformam tier-1 warbands em tier-2 warbands

Acompanhe também: Domingo dia 20 de Jan, a parte final da entrevista com Guy em ingles e dia 27 de Jan a tradução da parte final!
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Khelben Blackstaff

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MensagemAssunto: Re: Entrevista com Guy - Primeira Parte - Traduzida   Entrevista com Guy - Primeira Parte - Traduzida Icon_minitimeSáb Jan 26, 2008 11:36 am

Parabéns pela entrevista, aguardo a segunda parte com ansiedade!!
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